A resiliência é como a ostra que faz uma pérola a partir de um grão de areia
Boris Cyrulnik é uma figura proeminente no campo da psicologia, conhecido sobretudo pelo seu trabalho pioneiro em resiliência, um termo que ele ajudou a popularizar e definir dentro da psicologia moderna. Nascido em 1937, na França, Cyrulnik superou uma infância marcada por traumas extremos durante a Segunda Guerra Mundial, o que influenciou profundamente sua abordagem profissional e acadêmica.
Cyrulnik é neuropsiquiatra e etólogo, e a sua abordagem multidisciplinar para a psicologia incorpora insights da biologia, neurociência, filosofia, e literatura. Ele argumenta que a resiliência, a capacidade de superar adversidades, não é inata, mas sim construída através das interações sociais e do ambiente em que o indivíduo está inserido. Segundo Cyrulnik, é possível “tecendo novamente” a narrativa da própria vida, permitindo que as pessoas encontrem significado e superem experiências traumáticas.
A obra de Cyrulnik é vasta e influente, incluindo títulos como “O Murmúrio dos Fantasmas”, “Resiliência: Como Tirar Leite de Pedra”, entre outros. Estes livros não apenas discutem casos clínicos e teorias, mas também incorporam elementos da autobiografia de Cyrulnik, destacando sua crença na intersecção entre a vida pessoal e profissional na compreensão da resiliência.
Além de sua contribuição teórica, Cyrulnik tem sido uma voz ativa na promoção da saúde mental, participando de debates públicos e escrevendo para um público mais amplo, além da comunidade acadêmica. Sua habilidade em traduzir conceitos complexos em uma linguagem acessível tem ajudado a sensibilizar o público sobre a importância da saúde mental e do apoio social na superação de adversidades.
Boris Cyrulnik é, sem dúvida, uma figura inspiradora cuja própria vida reflete os conceitos que ele estuda. Seu trabalho continua a influenciar terapeutas, educadores, e todos aqueles interessados no poder transformador da resiliência.
Educar, é «conduzir para fora de si», escreve Boris Cyrulnik, enquanto para Edgar Morin, a cultura está inteiramente na «capacidade de quebrar, de transgredir as fronteiras entre os diferentes domínios do saber».
Fazer nascer um filho não é suficiente, explica-nos Boris Cyrulnik nesta sua nova obra sobre o tema da resiliência: é necessário dá-lo ao mundo colocando à sua volta os tutores do desenvolvimento.
Se a aproximação de dois mundos, normalmente separados e distintos, o perturba, se gosta da pequena sereia de Copenhaga alongada sobre o rochedo, com a barbatana de peixe e a longa cabeleira ondulante sobre os mamilos, se lhe parece que não poderia amá-la com pernas de mulher e uma cabeça de peixe, então entrará no universo de Boris Cyrulnik, o mundo onde a animalidade e a magia, a infância vítima da violência e do amor adulto, o medo e o desejo formam os nossos sentidos e os nossos afectos ao abrirem-nos para o mundo simbólico.
Instante pleno de emoção: com os lábios a tremer, a criança profere a primeira palavra.
Como e por que razão é que nos apaixonamos? Será que não encontramos as pessoas de que, invariavelmente, andamos à procura? Terá o feto uma vida mental? Até que ponto não nasce já estruturado pela sua vida intra-uterina? Quem são os nossos verdadeiros pais, a quem pertencemos quando nascemos? Será a violência necessária? Qual a origem da violência e qual o papel dos rituais em relação a ela no mundo animal e na sociedade humana? Não será o maior escândalo do tabu do incesto o facto de ser tão comum? Existe incesto entre a mãe e o feto? Por que razão as pessoas idosas voltam à infância? Estas são algumas das questões abordadas por Boris Cyrulnik neste livro, que examina, do estado fetal até à velhice, as patologias afectivas que estão na origem dos males mais flagrantes das nossas sociedades: violência, racismo, delinquência, agressões sexuais, etc.
Nós, os Homens, estamos irremediavelmente encantados.
Registration is free and easy!