A INVENÇÃO DAS POPULAÇÕES
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Definir uma população representa um acto de violência: impõe-se a um conjunto de indivíduos uma categoria que irá, a partir daí, catalogá-los e constranger a sua acção.
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A INVENÇÃO DAS POPULAÇÕES
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Definir uma população representa um acto de violência: impõe-se a um conjunto de indivíduos uma categoria que irá, a partir daí, catalogá-los e constranger a sua acção. A demografia é sempre definida como a ciência, que tem como objecto o estudo das populações. Para saber o que é a demografia, é necessário, pois, saber o que é uma população. E é aí que começam as dificuldades. Ou bem que a definição é demasiado matemática, como a dos estatísticos, que designa como «população» toda a colecção de objectos ou elementos comparáveis, ou bem que a definição é demasiada próxima do significado comum e depende, então, da história do termo população. Demasiado geral, a definição estatística não justifica a existência de um ramo distinto do saber. Resta, portanto, a definição ou, melhor, a ausência de definição, que consiste em fiar-se na linguagem corrente e nas suas variações ao longo da história. Uma vez inventadas, as populações inventam, por sua vez, problemas ou pelo menos servem-lhes de caixa de ressonância ou de amplificador. Porque a população ganha autonomia: ela aumenta, diminui, desloca-se, divide-se… Esta obra reúne as opiniões de jovens especialistas internacionais sobre as etapas de invenção deste termo, em domínios tão diversos como a política do Banco Mundial, a ideologia das raças ou a política de assimilação.
Peso | 0.388 kg |
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ISBN Oficial | 9789727713882 |
Editora Oficial | Edições Piaget |
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