ÉTICA DO ESTRANGEIRO
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Uma renovação da ética impõe-se na sequência das conjunturas do mal que constituíram o século XX.
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ÉTICA DO ESTRANGEIRO
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Uma renovação da ética impõe-se na sequência das conjunturas do mal que constituíram o século XX. Elas produziram três conceitos insolúveis nos termos teóricos e práticos actuais, o do «crime contra a humanidade», o dos «direitos do homem», finalmente o da «clonagem humana». Eles exigem uma nova ideia do homem cujas desventuras recentes não receberam a ética que merecem. Como fazer justiça aos seus conceitos, a não ser tomando o homem como vítima por definição? Mas uma vítima que, para ser a das éticas filosóficas, isto é, do Mundo, a dos fortes, dos poderosos e dos felizes que pretendem defender os seus «direitos» e falar em seu nome, é mais radicalmente a causa capaz de pronunciar a sua incriminação e de decidir sobre o seu uso finalmente universal. A vítima não é amada pelos heróis-filósofos que a acham «impossível» e desprezam secretamente a sua heresia, mas a heresia da vítima invalida a ética. Quatro conceitos sustentam esta reformulação da ética e formam a base de uma prática «não-ética». Trata-se da infelicidade radical (solidão-sem-mundo ou não-consistência do homem) como causa real da não-ética. Da ética-mundo (as éticas filosóficas, da metafísica dos costumes ao seu declínio eto-tecno-lógico) como objecto dessa prática. Do Estrangeiro (no modo do qual existe o sujeito determinado pela infelicidade) como definição universal do homem. Do Próximo (o sujeito concreto ou a vítima, ainda designada como Esse-homem-que-aqui-está) cuja existência performa a interdição de matar. Da causa da vítima à vítima como causa, a não-ética apresenta-se como a teoria e a prática unificadas das éticas gregas (Platão), judia (Levinas) e cristã (Kant). Da vítima à heresia…uma «herética»?
Peso | 0.47 kg |
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ISBN Oficial | 9789727715541 |
Editora Oficial | Edições Piaget |
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