FIGURAS DO IMAGINÁRIO EDUCACIONAL

Esta obra integra quatro estudos que resultam do trabalho de investigação produzido no âmbito do Projeto de Investigação “Educação e Imaginário” do Centro de Investigação em Educação (Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho). Nesta obra os autores, ambos docentes da Universidade do Minho, tratam muito especialmente das figuras do imaginário educacional, ainda que, ao longo dos textos apresentados, aflorem as orientações teóricas para uma educação da imaginação. Em Vozes Pedagógicas de Hermes, de Dioniso e de Prometeu. Para um “Novo Espírito Pedagógico” é convocada a sabedoria ancestral dos mitos referidos para que elas, enquanto metáforas “de alta densidade simbólica”, ajudem a melhor pensar o sentido originário de um “novo espírito pedagógico”, uma pedagogia que consagre quer uma “poética do devaneio” Gaston Bachelard), quer uma “cabeça bem feita” (Montaigne). Em Para uma Hermenêutica do Texto Utópico, salienta-se que o fenómeno utópico não se deixa apreender por uma epistemologia binária, requer a complementaridade de olhares provindos de vários ramos do saber, coloca dilemas e desafios epistemológicos ao hermeneuta do texto utópico e sugere uma arquitetónica que esbata fronteiras teóricas e disciplinares e não se fixe em polos dualistas e reciprocamente exclusores, mas os perspetive numa lógica do terceiro incluído. Em Viagem Utópica e Itinerário Educacional explicita-se aquilo que pode considerar-se a constelação simbólica da Utopia de Tomás Moro e faz dela expressão e metamorfose do mito e utopia da Cidade ideal (Roger Muchielli), realça-se a condição quer de elevação e queda quer de itinerância do ser humano, onde a viagem (do educador ou do educando) é tomada como uma aventura e uma procura de um ser imperfeito que busca a sua perfeição num tempo imperfeito. Em O Imaginário da Infância em Maria Montessori, aborda-se o imaginário educacional da infância presente nalguns dos textos principais desta pedagoga, com vista a identificar os ideologemas mais pregnantes do ponto de vista mítico-simbólico.