RESILIÊNCIA

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Fazer nascer um filho não é suficiente, explica-nos Boris Cyrulnik nesta sua nova obra sobre o tema da resiliência: é necessário dá-lo ao mundo colocando à sua volta os tutores do desenvolvimento.

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Fazer nascer um filho não é suficiente, explica-nos Boris Cyrulnik nesta sua nova obra sobre o tema da resiliência: é necessário dá-lo ao mundo colocando à sua volta os tutores do desenvolvimento. Isto começa muito antes do nascimento, através das representações da mãe que banham o embrião numa determinada atmosfera psíquica. Apenas cerca de um terço das gravidezes se realizam em condições sãs. As outras são marcadas por problemas emocionais, uma patologia associada ou por angústias que criam um meio sensorial mais ou menos perturbado. Uma vez nascido, o bebé, segundo provoque prazer ou não no adulto, vai desencadear neste reações diferentes que, por sua vez, vão realizar ou não o seu desenvolvimento. A espiral positiva que permite um aquecimento psíquico quando a criança aprendeu a se fazer amar, pode assim, também, transformar-se em espiral negativa. A vinculação à mãe processa-se em condições seguras em 65%25 dos casos, no entanto em 5%25 dos casos é desorganizada provocando assim um desregramento desestruturante para a criança. Também um acontecimento ofensivo pode surgir, colocando em jogo as instâncias biológicas, emocionais ou históricas do psiquismo. As circunstâncias de um trauma não são, pois, excecionais. Mas quando uma rede é assim danificada, as possibilidades de remendar as malhas são numerosas. A resiliência é constantemente possível, desde que a criança encontre um objeto que para si tenha significado. Entre os fatores favorecedores, encontram-se as múltiplas vinculações, mas também os circuitos afetivos ou institucionalizados que envolvem o sujeito ou ainda a idade (que determina o nível de construção do aparelho psíquico). Três dimensões assumem uma particular importância: a aquisição ou não de recursos internos, a forma como o trauma é assimilado e a oferta ou não de tutores onde se apoiar. A resiliência é um processo: não é a criança que é anuladora, mas a sua evolução, tal como a vingança contra a sociedade ou a identificação com a sua própria tragédia que se torna então um modelo de desenvolvimento e de reprodução. Pelo contrário, a intelectualização, o humor, o empenho social e a criatividade são vias reais que transformam o trauma em ressurreição e em emancipação em relação ao sofrimento infligido transformado assim num novo sentimento de si positivo. A resiliência não é um catálogo de qualidades que um indivíduo possuiria. É um processo que, do nascimento até à morte, nos liga sem cessar com o meio que nos rodeia…

Peso0.342 kg
ISBN Oficial

9789727716272

Editora Oficial

Edições Piaget

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