“A sombra das recordações não nos encobre, é sob a sua luz que lapidamos a alma.” Esta poderia ser uma reinterpretação livre do pensamento de Boris Cyrulnik, uma voz autoritária no estudo da resiliência. A sua obra convida-nos a uma viagem introspectiva onde as memórias, mesmo as mais turvas, não são motivo de fuga, mas sim de confronto e transformação.
No livro “Resiliência”, Cyrulnik desenterra o poder oculto dentro de cada um de nós, um poder que nos permite renascer das adversidades, revigorados e mais sábios. Com a precisão de um escultor, ele demonstra que o ser humano não é moldado apenas pelas experiências felizes, mas é também refinado e fortalecido pelas tempestades da vida.
A citação destacada na imagem, “Assombrados pelas nossas recordações, dedicamo-nos a polir a nossa memória”, reflete a essência deste conceito. Cyrulnik argumenta que as recordações, por mais dolorosas que sejam, não devem ser esquecidas ou reprimidas. Pelo contrário, devem ser trabalhadas, polidas e integradas na narrativa da nossa vida, transformando cicatrizes em símbolos de superação e crescimento.
Este autor, através da sua própria história de vida marcada por grandes desafios, tornou-se um exemplo vivente da mensagem que propaga. Cyrulnik, órfão na Segunda Guerra Mundial e testemunha do horror do conflito, não apenas sobreviveu, como também aprendeu a prosperar em meio à dor, tornando-se uma inspiração para todos que buscam entender a capacidade humana de se reerguer.
“Resiliência” não é apenas um livro; é um manual de como encarar as adversidades com coragem e emergir não apesar delas, mas devido a elas. Convida-nos a olhar para dentro, a reavaliar nossas memórias e a reconhecer que dentro de cada recordação há uma oportunidade para crescer e evoluir.
Na próxima vez que o sol parecer escurecer diante dos desafios da vida, lembremo-nos das palavras de Cyrulnik e busquemos na luz das nossas memórias o brilho da resiliência. E que tal como as Edições Piaget nos lembram através de sua sabedoria publicada, cada um de nós é capaz de polir a pedra bruta da existência até que ela resplandeça com a beleza das experiências vividas.
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